quarta-feira, abril 29, 2009

PARADA PARA REFLEXÃO.

Hoje recebi maiores esclarecimentos sobre o twitter. Recebi no meu email um convite para logar nesta comunidade altamente "pilhada". Fiz meu login, pura curiosidade, não levou uma hora para eu me arrepender de ter logado. Fiquei angustiadíssima com tamanha invasão de privacidade, além da evidência do vício em plugar-se 24hs por dia. Imaginem mensagens do tipo:
"fui ao banheiro"
"pronto, voltei do banheiro"
"estou de saída para a balada, uhhh"
"vejam no jornal o artigo do fulano"

Instituições do tipo AVT associação dos viciados em twitter
AVB associação dos viciados em blogs, AVO ....em Orkut e assim "following" loucos e pirados por todo o MUNDO.

Roupas inteligentes vão ser vendidas com twitter. Nossos sentimentos serão codificados e por meio da vestimenta todos vão ser twitados e saberão que você esta deprimido ou torcendo numa partida de futebol ou outras cositas mais.

Outro dia ouvi que na Inglaterra estão pesquisando os choros dos bebês e estes são transmitidos como um modelo matemático para uma pulseira diretamente no pulso da mamãe que irá alertá-la sobre seu filho. "ele está com fome" "ele está nervoso" "ele está deprimido", carente....
Eu, Robô. de Asimov!!

Uma febre e todos seguem e nem sabem muito bem porque, mas vamos nessa que todos estão indo e temos que ir também. Como diz o nosso grande filósofo da atualidade, brasileiro, Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar, vida leva eu". Será que devo procurar terapias alternativas que me fariam refletir sobre o tempo em que o carteiro levava cartas de amigos e namorados e não apenas contas e propagandas de apartamentos decorados recem lançados no seu bairro, "bem pertinho de você".

FOLHA DE SÃO PAULO 28 DE ABRIL 2009 (JOÃO PEREIRA COUTINHO)
"(...)O problema do e-mail é a sua evidente facilidade: em minutos, escrevemos e esquecemos. Pior: apagamos. Ou alguém apaga por nós. Alguém nos apaga a nós.As cartas tinham outro tempo. Corrijo. As cartas tinham outros tempos. O tempo de pensar. O tempo de escrever. O tempo de lacrar, enviar. Esperar. Era uma forma de respeito. Mesmo que fosse uma forma de despeito. Mas as cartas eram formas únicas de comunicar ao outro a importância do outro. Como se cada carta fosse, por si só, uma declaração de humanidade. Parei para te escrever. Parei para te enviar esta carta. E estarei à espera que me escrevas de volta, quando pensares em mim e parares por mim. Brás Cubas não deixou a ninguém o legado da sua miséria. Mas tenho a certeza que, algures na sua existência imaginária, deixou cartas. E as cartas são o legado da nossa passagem.Da nossa passagem, vírgula, da passagem dos outros. Michael Deacon, em sentença primorosa, declara: esqueçam o romance, a morte do romance e outras teses fúnebres, que alimentam o ego e o eco de certas múmias acadêmicas. O verdadeiro gênero literário que o século 21 começará por enterrar será a carta.O empobrecimento literário presente só pode ser medido pela riqueza literária passada.(...)"

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho q demorarei à experimentar o Tuíter... senão viciarei!
Agora estou no cnvencimento de montar meu Blog... nos moldes de meu antigo boletim... quem sabe...
bjs
Fabio