sexta-feira, junho 25, 2010

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16.04.2010 - O problema do lixo tecnológico

Confira entrevista concedida à revista Matéria Prima pelo diretor da Reverse.

Um recente estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que o Brasil é o mercado emergente que produz o maior volume de lixo eletrônico por pessoa a cada ano. Vigorando entre os líderes em descarte de celulares, TVs e impressoras, o país não tem estratégia para lidar com o fenômeno e o tema sequer é prioridade para a indústria, segundo o relatório. Este é o primeiro estudo sobre o tema realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), que constatou que o crescimento econômico dos países emergentes levou a um maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Tudo isso ajudou na produção sem precedentes de lixo.

A estimativa é de que, no mundo, 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas por ano. Só a Europa seria responsável por um quarto desse lixo. Acompanhe abaixo uma entrevista com André Spohr Senger, diretor da Reverse, empresa focada na destinação correta de resíduos eletrônicos gerados pela população e empresas.

Você concorda com a afirmação da ONU de que o Brasil não tem estratégia para lidar com o fenômeno?
Sim. O país não possui nenhuma estratégia para o correto tratamento destes resíduos. Exemplo disso é que são poucas as leis sobre o tema, e esta solução mais abrangente e séria ainda está em fase de conversação entre os diversos interessados no assunto.

O tema realmente não é prioridade para a indústria ou você acredita que as empresas se preocupam com o lixo, mas não sabem para onde enviar?
Há uma preocupação no correto descarte dos diversos resíduos gerados pelas indústrias. O motivo que dificulta esse correto descarte são os custos envolvidos, não havendo, em muitos casos, a aceitação de que um correto destino demanda custos.

Em sua opinião, como o Brasil pode lidar com esse fenômeno que tende a aumentar ainda mais?
O primeiro passo é a aprovação de uma lei específica e coerente sobre resíduos tecnológicos, colocando obrigações para todas as partes envolvidas nesta cadeia (fabricantes, comerciantes, importadores, órgãos públicos, empresas recicladoras, órgãos ambientais). A segunda parte é o envolvimento de órgãos para fiscalizar as empresas que trabalham com este tipo de resíduo, avaliando se há um correto manejo e destinação do material recebido. O terceiro e mais importante passo é a conscientização das pessoas de que este tipo de resíduo também deve ter seu devido destino, e que são preocupantes as consequências de um descarte incorreto deste tipo de material.

Existem outras empresas que fazem o trabalho da Reverse?
No Rio Grande do Sul somente a Reverse faz o trabalho de tratar os equipamentos como resíduos, sem aproveitá-los para revenda de peças ou equipamentos. No Brasil existem outras empresas que atuam do mesmo modo que a Reverse, sendo a maioria atuante no Estado de São Paulo.

Quanto material é processado pela Reverse e qual a capacidade da empresa?
A Reverse processa mensalmente em torno de 3-4 toneladas, tendo a capacidade de processar entre 10-15 toneladas/mês.

A Reverse recicla o material, ou seja, revende o que pode estar funcionando?
A Reverse trabalha considerando tudo que recebe como resíduo, não realizando a revenda de equipamentos ou peças que ainda possam estar funcionando. Esta prática é comum por empresas recicladoras. Ao tratarmos tudo como resíduo, ao desmontar e dar o correto destino dos resíduos, elimina-se o passivo ambiental do gerador do resíduo. Dependendo do equipamento, o aproveitamento dos materiais pode variar entre 94% a 99%. Sendo que estes resíduos, quando corretamente classificados, são enviados para empresas recicladoras que inserem no mercado matéria-prima para confecção de vários produtos novos.

O que é feito com os componentes que não podem ser reaproveitados?
Os resíduos que não são recicláveis são enviados para o melhor destino ambiental possível.

Para as empresas ou mesmo as pessoas que queiram reciclar seu lixo eletrônico, que locais devem procurar no Rio Grande do Sul? Existem postos de coleta?
As empresas que queiram destinar corretamente seu resíduo eletrônico podem entrar em contato diretamente com a Reverse. O fone é o (51) 3587 1239. São cobradas taxas para recebimento e tratamento do material.

CONSTRUIR MAIS COM MENOS MATERIAIS.

Quero comprar um TV LCD.
O que fazer com a TV convencional? Doar? Jogar numa caçamba?
ONDE DESCARTAR produtos que passaram por uma produção desde a extração de recursos naturais, transportes, infra estrutura para processar, vender e usufruir.

CICLO DE VIDA um dos termos novos das políticas de desenvolvimento sustentável.

TVs e outros fazem parte de produtos descartáveis e canditados a poluição.
O dinheiro publico é gasto para emergências ao invés de melhoria da infra estrutura coletiva.